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Conexão sensitiva ou auto-retrato…
Molécula de luz de feição tão simples
Acesa pela Criação universal
Faz o caminho de volta para o clarão das conquistas!
Inconsciente se mistura ao pó e as pedras e se molda
Como se criasse a própria roda da evolução
Se altera, se transfigura nos mais diversos designers da vida
Ora com os pés nesta terra, ora volitando em outra dimensão
E se enraíza, se fixa, mergulha, voa e caminha
Como água que faz curvas pra achar o melhor caminho
E nos lençóis dos instintos, se fez tão distinta, se individualizou
Conheceu livre arbítrio, se reconheceu como espírito, se humanizou!
No seio dos minérios espera a sentença divina
Se vestindo de flores, folhas e frutos apaga em si o reino mais bruto
A liberdade inconsciente no designer animal
E como criatura a partitura individual !
Como se fosse semente um talento cresceu
Germinou, floresceu no seio da emoção
Viajou pelo tempo como se fosse um menino
Indeciso na infância, tão inseguro adolesce
Em meio á pragas, rituais e preces
E na maior rebeldia das noites e de todos os dias
Voou pelos ares e despencou pelas sombras
Caminhou por desertos, solitário e inepto
E na velha teimosia amadureceu!
E juntou energia e emoldurou a matéria
Pisou sobre o fogo, mergulhou pelos ares
Foi ao fundo dos abismos nos diversos patamares
Morreu, renasceu, apesar dos pesares
Michelangelo ou Zumbi dos Palmares!
Viajou na epiderme de muitas raças
Morou em mansões e dormiu pelas praças
Foi aluno, professor e saltimbanco
Sua voz em francês, iorubá e latim
Cantou flamencos, fados, sambas e tangos
Engendrou magias e dançou tambor de criola
Desencarnou de banzo no seio da senzala
Depois que a dor descobriu seu esconderijo na ilusão e na vaidade
Arrumou suas malas e foi pra outros mundos, nos quintais da erraticidade
Tirar a poeira de mal usados sapatos!
Não levou rancores, ódios ou mágoas, só decepções
Procurou quem mostrava os caminhos mais longes
E como monge se enclausurou
No mosteiro da solidão mais egoísta
De novo se abandona em monturos
De vidas e condutas exclusivistas!
Mas, a dor, a saudade e a distância
Inspira-lhe no atelier da consciência
A repaginar seu auto-retrato
E depois de tantas andanças
Coloca no plano de fundo as cores da esperança
E nos traços principais
Os tons madrigais
No risco fisionomia um traço de alegria
Embarcou num óvulo fecundo
E ressurgiu anônimo aos olhos do mundo!
A orfandade paterna o primeiro espinho
A infância insegura e a mediunidade noturna
A escola e o trabalho afazeres intrínsecos
Um casamento afim e flores imortais no pomar da obrigação
A Doutrina Espírita, espelho que papai emoldurou
Nas salas de aprendiz do movimento
Amigos, orientadores, um coral e versos
E hoje no diário virtual na tela informatizada
A gratidão, a alegria e a tarefa recomeçada!!!
Ademário da Silva *&*&*&*&*&*&*&*&* – 15/set./2008
SOESFALUZCA
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