É minha amiga Neusa Maria, o simples às vezes se nos parece tão complexo que o nexo parece ter perdido o sentido…
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Em se tratando de mediunidade, de eternidade, trilhas evolutivas, imortalidade, reencarnações e outros quesitos mais, a semente será sempre surpreendida pelos efeitos da luz sobre as sombras, mesmo com todo medo que esta tem da luz. Assim somos nós encantados com o espreguiçar das pétalas, apesar da friagem do orvalho e maravilhados e envolvidos com os seus perfumes, e inocentes quanto as causas de tão divinas providências a nosso favor, mesmo em mundo de provas e expiações…
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Nas sombras da matéria é séria a responsabilidade existencial quanto a própria individualidade, mas nos braços da fraternidade, a mediunidade é o laço, o abraço e o colo, mas também a ferramenta, o giz e o quadro negro, sem apegos ou sentimentalismos, mas é onde o sentimento de liberdade existencial é a semente que os tutores cultivam no espectro de amizades milenares…
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Que ninguém nos ouça, mas essa mediunidade é o braço da Providência qual silenciosa essência a vacinar-nos contra a sombra, a inércia e a dúvida…
Tenhamos em plano essencial de compreensão que a mediunidade é sempre ambiente mental…
Isso nos leva ao estudo de nós mesmos quanto a nossa educação, tendências, preferências artísticas e intelectuais, os nossos sentidos idealistas, o discernimento entre crença e religião, a consciência de religiosidade e a própria espiritualidade, a diretriz que imprimimos a nossa sensibilidade…
As nossas relações com a leitura e o estudo, o conhecimento estrutural da Doutrina Espírita, as nossas afinidades psicológicas, emocionais e espirituais…
A disciplina, o compromisso, a dedicação ao trabalho de aprendizado e amor ao próximo…
A auto estima e a auto reforma nas normas da ética espiritual, a consciência de responsabilidade e o senso de liberdade, o amor á verdade, a paciência, a ciência, a filosofia e a religião…
A independência de ser no compromisso e na tarefa
Aparar as próprias arestas ensombradas pela vaidade e o ego
O desapego ao entorno material, o combate ao mal…
Ser como o conselho do Mestre Jesus, o sal e a luz na proporção da própria maturidade.
A seriedade sem mau humor, o amor à toda prova que não é só dos nove,
Mas a prova que a sombra remove no sacrifício de si mesmo
Deixar de viver á esmo nos caminhos da imortalidade
Deixar de ser autor de dores e sofrimentos, crescer a cada momento que Deus te propicia…
Compreender que a mediunidade é o umbral da liberdade enquanto porta de oportunidade
Ter a gratidão como oração de todo dia na plenitude do sol e da alegria e ser mais contundente quando a tempestade nubla a paisagem nos horizontes…
A mediunidade enquanto divã da imortalidade nos permite soluções, reamizades, reencontros, acertos e reacertos no conserto das relações infinitas…
Bendita sejas Mediunidade…
E como Jesus ensinou o acerto com os nossos desafetos nas rinhas ou templos
O momento que o amor insemina luz nas suturas de antigos desentendimentos
E às vezes, mesmo que raras, traz à porta felicidades de orientações, de amores, amigos e afetos…
A mediunidade é o teto de ricas reconciliações e soluções…
Santa mediunidade…
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“Qualquer definição é inútil, posto que toda definição é em si mesma reducionista.”
Eduardo alma amiga e longeva que escapou aos meus olhos, mas não foge aos meus sentidos
Mudou de roupas no vestiário do tempo e deu leveza ao seu corpo;
Deixou de se arrastar sob o peso de sua carne que escondia sua alma e se livrou de dores e tormentos, que a vida humana impõe…
Neste último dia doze de julho, o calendário nos chama atenção, você já está no outro plano de vida á onze anos.
Saíste de casa no dia onze de julho e perdeste a vida do corpo a meia noite e trinta do dia doze.
Os nossos corações se reuniram na sala do sofrimento e todos falavam ao mesmo tempo, colocando agravos na dor da separação, que ainda nem tínhamos consciência do fato real, e como pássaros que perdêramos momentaneamente o sentido da migração temporária, saímos voando pra todos os lados querendo te encontrar…
Dia vinte e três de março de dois mil e doze você completara vinte e dois anos de idade, em julho você decidiu ir de volta a pátria de origem…
Eu, sua mãe e suas irmãs e também seus sobrinhos saímos em busca de conseguir que voltasses para casa.
Mas, fez-se um silêncio sobre seu paradeiro. E o silêncio enquanto fonte de recolhimento, meditação e intuição, se nos parecia estranho juiz a intensificar nossa dor.
A Doutrina Espírita enquanto sol das nossas vidas, neste momento crucial e doloroso, nos pedia paciência, discernimento e coragem.
As buscas se estenderam até setembro de dois mil e treze, posto que as autoridades não tem solução para as dores do povo, além do esquecimento e do descaso.
Mas, a luz da mediunidade se acende no horizonte como bálsamo esclarecedor e a intuição nos leva a solução do impasse imposto.
Depois de um ano e três meses de silêncio, descobrimos que o silêncio mergulhara nos mantos silentes de outra dimensão espiritual. Ficamos sabendo por força do nosso amor e teimosia em te buscar, que já não estava mais entre nós.
Agora os caminhos do reencontro são outros, mas Deus é Pai e não desampara. E depois que o sofrimento foi elevado a ao grau máximo que poderíamos suportar e o suportamos; veio a mediunidade, mãe que acolhe, cura e esclarece…
E vamos encontrar sua fala e cruzar nossas emoções no dia três de novembro de dois mil e treze, no Centro Espírita Perseverança.
“Mãe, te amo, meninas amo vocês, sempre me senti o rei em casa, o manda chuva, o chefão, mas sei que vocês é que por amor, me amavam e me davam boi. Gente to beleza! Mudado mesmo, começo a valorizar mais as coisas de Deus, a aprender mais tudo mãe, pode ficar tranquila que eu to colocando minha energia, minha rapidez, minha impaciência pra aprender as coisas de Jesus. Amo vocês, e to bonitão do mesmo jeito. Mãe não se preocupe com o que aconteceu deixa pra lá. O que vale é o hoje o que a gente sente de bom, é o que de certeza de que eu você o pai e as meninas tamo juntos!!! Pai me orgulho de você, você sempre teve certo. Beijão. Fui! Eduardo” … *** Médium: Alexandre.
03 de novembro/2013.
**
A vida continua depois da morte do corpo; podemos concluir que o túmulo é plataforma de decolagem para a outra dimensão existencial, por isso não importa o tipo de morte que silenciou o corpo, mas como a alma chega no mundo espiritual…
Suas revelações Eduardo, que reproduzi ligeiro trecho aqui, impactam, fazem desaguar a catarse retida na expectativa desmanchada ao longo desses trezes meses de procura…
Mas, a certeza de que não voltarias mais ao nosso lar físico, como que estrangula o silêncio sem nos devolver sua voz…
Lágrimas molhando os sentimentos, encharcando os pensamentos, como que nos unindo mais e mais, porque com tamanha dor, só de mãos dadas e almas bem juntinhas, para que o inverno do silêncio não nos enregelasse o coração…
Tínhamos que nos dispor a um novo tipo de amor. E como toda forma de amar é válida, aprendemos a amar a saudade e o silêncio, como quem jejua os toques, os abraços e beijos…
Escanear o coração e a memória e não juntar cacos ou trapos, porque o espírito está além dos efeitos materiais de nossas relações, e aí reencontrar tua história nas páginas dos nossos sentimentos e relação; refazer o caminho de dois mil e doze até março de mil novecentos e noventa, reencontrando dores e alegrias, dúvidas e incertezas, flores espinhos, valores da nossa imperfeição, até o dia vinte e três de março chorando no berçário em face do choque de transição…
E voltarmos lenta e gradualmente a realidade da experiência e do aprendizado que a dor nos enfia pelas goelas da alma, da consciência e do coração. E isso pelos novos valores do tempo que a dor nos exige, e tal como uma catadupa de lembranças, momentos, fotos e sorrisos, sensações de sua presença entre, sonhos e insinuações sensitivas naquela enxurrada existencial…
E hoje, onze anos depois, adestramos os sentimentos como quem educa animais selvagens, que não se importam a quem ferir…
Assim, filho de Silvana e Ademário, “Andar com fé eu vou, porque a fé não costuma faiar”.
A eternidade é o caminho evolutivo, então amanhã nos encontraremos.
Ás vezes meu filho, a dor se faz o manto da compreensão, sem se importar com o nosso coração…
O tempo passa, a dor se enquadra num perfil silente
O tempo açoita e nos pede amor, não como mendigo solto, mas indefinido, cambaleante e pesado, como quem depois de muito andar, sente os pés inseguro e indeciso…
E hoje filhão que fazem onze anos de sua partida e a saudade é um sorriso mal desenhado, porque as lembranças da convivência traduzem alegria estancada…
Hoje que a mediunidade ainda nos pede paciência, que sua ausência ainda que real, não se conforma com a nossa perspectiva…
O tempo do alto de sua sabedoria é teimosia silente
A dor, imagem desgrenhada e desgastada que a Doutrina Espírita domesticou
O silêncio de sua ausência é a poesia que não sei escrever
Mas, o sonho do reencontro não é mais pesadelo
Não tê-lo em presença jamais quis dizer esquecimento e jamais i será
A saudade é dor de mão dupla na catapulta do silêncio
Mas, a alegria que brota quando um de nós te percebe em nosso ambiente
Escancara-nos os dentes e a alma e nos acentua o desejo do abraço
E fortalece-nos os laços, talvez até os traços do mesmo sonho
Aí é fala pelo dia que Deus dá, parece que cada um tem um pergaminho
Onde escreve sentimentos e lembranças, faz do tempo novamente criança e todos sorrimos lembrando de você…
Nosso tempo no seio da eternidade é dízima inconsequente, tipo noves fora nada
Ainda pelos nossos passos a dízima é periódica tal como a saudade, só que se traduzida em medidas, o tamanho, a latitude e a longitude nossa consciência nem assimila
A intuição, mãe dos meus versos sempre me aconselha, a eternidade não se calcula pelo desespero, mas pela luz e o amor aplicados
Então filhão, se segura do seu lado, porque mais dias menos dias estaremos no mesmo horário
Até um dia, razão dos meus sentimentos, valor da minha vontade
Qualquer dia a saudade será só poesia em nossa memória…
SOBRE A PSICOGRAFIA DO MEU FILHO EDUARDO ADEMÁRIO DA SILVA.
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Se Deus deixar, eu faço…
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Se Deus permitisse abrir a cortina, invadir a outra dimensão
E tocar com as mãos dos sentimentos aquele coração distante
Abraçar as almas que já partiram,
Sentar levemente numa poltrona fluídica e descobrir os mistérios da vida espiritual…
Das falas sem verbos ou substantivos, mas que pudéssemos usar predicados sinceros e
Autênticos…
Acariciar os sentimentos contidos nos silêncios e sorrisos insinuados e não sonoros
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Se Deus permitisse e tivéssemos nós, condições emocionais para livremente e sem desandos emocionais, estarmos face a face com as pessoas que moram em nossas saudades desde algum tempo, sem que esse momento significasse choro ou reclamações, tentativas de culpas ou testamentos de abandonos, que na verdade não aconteceram…
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Se conseguíssemos estar frente a frente, olho no olho com o filho, ou papai, a mamãe, vovó ou vovô, sentados a soleira do tempo, pra revivermos momentos ou viver os não vividos, sem que fossemos traídos pelos desequilíbrios ou qualquer desconforto emocional, que nos fizesse perder a luz e o amor que esse encontro propicia.
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A mediunidade nos permite isso, mas cada um na sua dimensão, o médium aqui na Terra e o espírito livre na sua dimensão, e os familiares nas mãos das perspectivas e das emoções entrevistas na espera…
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A questão é que Deus permite, nós é que temos que estudar, limpar o vaso interior, ou melhor o interior do vaso, acender as luzes, apagar as sombras, enxergar a nós mesmos no tom de nossas cores e sentimentos, diminuir a dose dos nossos medos, constranger a nossa ignorância e tomarmos definitivamente consciência de que somos espíritos imortais e que isso podemos sim, ah! Se podemos, com certeza o podemos…
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E nos desatarmos das presilhas do tempo humano, nos descondicionarmos das divisões de tempo que nos impuseram, tais o presente, passado e futuro e quebrarmos esse paradigma, …
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Então com certeza a morte perderia esse trono tétrico e dantesco que também se nos foi imposto.
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Aí, lidaríamos com naturalidade com a morte do corpo, posto que é só o que acontece, a alma, qual borboleta sai do casulo temporário, treina momentaneamente suas asas e voa pra outra dimensão…
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Se vai viver em espinhos ou flores, isso é de conformidade a vida vivida por cada um, mas a mudança é inevitável…
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Por quanto tempo se dará a separação não sabemos, tanto quanto não sabemos nem a data de partida nossa, que dirá dos nossos amados e amadas…
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Há muito trabalho e estudo por fazer, façamo-lo…
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Hoje, ao recebermos a psicografia do nosso filho Eduardo Ademário, fiquei nessa reflexão…
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A mediunidade me ampara, a intuição me clareia, a inspiração é a mão cheia dos tutores espirituais a indicarem-me os passos, os livros e a conduta…
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Mas, um momento como esse que estou desenhando seria a liberdade da emoção, sem as travas do já estatuído, tipo um desdobramento, mas com endereço dimensional definido pelas afinidades, porque só a saudade não garante, é preciso o passaporte da liberdade constituída pelo equilíbrio, pela coragem e principalmente pelo amor corajoso, que enfrentou a dor do coração pego de surpresa pela separação e que enfrentou também a saudade no dia a dia, como quem separa o joio do trigo por saber o valor do pão espiritual.
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Se Deus permitisse eu encontraria contigo Eduardo a qualquer momento tipo clube da esquina, quando houvesse poesias na bolsa grávida da inspiração, tomava um transporte de emoção direto as soleiras fluídicas do mundo espiritual e deixava meus sentimentos te encontrar…
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Mas, não é de bom tom transgredir leis, pois os efeitos poderiam ser desagradáveis; então lanço mão da paciência, a ciência e a filosofia e espero meu dia…
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Meu dia de te abraçar ao vivo, de te falar das belezas da vida e das experiências vividas e sem reclamar do não vivido…
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E quais sementes do amor divino nos replantarmos no solo da evolução e reaprendermos o cultivo de nós mesmos na seara do tempo, do Mestre e de Deus…
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E como tu disseste em sua psicografia, … Um beijão Eduardo e até logo menos…
Eduardo alma amiga e longeva que escapou aos meus olhos, mas não foge aos meus sentidos
Mudou de roupas no vestiário do tempo e deu leveza ao seu corpo;
Deixou de se arrastar sob o peso de sua carne que escondia sua alma e se livrou de dores e tormentos, que a vida humana impõe…
Neste último dia doze de julho, o calendário nos chama atenção, você já está no outro plano de vida á onze anos.
Saíste de casa no dia onze de julho e perdeste a vida do corpo a meia noite e trinta do dia doze.
Os nossos corações se reuniram na sala do sofrimento e todos falavam ao mesmo tempo, colocando agravos na dor da separação, que ainda nem tínhamos consciência do fato real, e como pássaros que perdêramos momentaneamente o sentido da migração temporária, saímos voando pra todos os lados querendo te encontrar…
Dia vinte e três de março de dois mil e doze você completara vinte e dois anos de idade, em julho você decidiu ir de volta a pátria de origem…
Eu, sua mãe e suas irmãs e também seus sobrinhos saímos em busca de conseguir que voltasses para casa.
Mas, fez-se um silêncio sobre seu paradeiro. E o silêncio enquanto fonte de recolhimento, meditação e intuição, se nos parecia estranho juiz a intensificar nossa dor.
A Doutrina Espírita enquanto sol das nossas vidas, neste momento crucial e doloroso, nos pedia paciência, discernimento e coragem.
As buscas se estenderam até setembro de dois mil e treze, posto que as autoridades não tem solução para as dores do povo, além do esquecimento e do descaso.
Mas, a luz da mediunidade se acende no horizonte como bálsamo esclarecedor e a intuição nos leva a solução do impasse imposto.
Depois de um ano e três meses de silêncio, descobrimos que o silêncio mergulhara nos mantos silentes de outra dimensão espiritual. Ficamos sabendo por força do nosso amor e teimosia em te buscar, que já não estava mais entre nós.
Agora os caminhos do reencontro são outros, mas Deus é Pai e não desampara. E depois que o sofrimento foi elevado a ao grau máximo que poderíamos suportar e o suportamos; veio a mediunidade, mãe que acolhe, cura e esclarece…
E vamos encontrar sua fala e cruzar nossas emoções no dia três de novembro de dois mil e treze, no Centro Espírita Perseverança.
“Mãe, te amo, meninas amo vocês, sempre me senti o rei em casa, o manda chuva, o chefão, mas sei que vocês é que por amor, me amavam e me davam boi. Gente to beleza!
Mudado mesmo, começo a valorizar mais as coisas de Deus, a aprender mais tudo mãe, pode ficar tranquila que eu to colocando minha energia, minha rapidez, minha impaciência pra aprender as coisas de Jesus. Amo vocês, e to bonitão do mesmo jeito.
Mãe não se preocupe com o que aconteceu deixa pra lá. O que vale é o hoje o que a gente sente de bom, é o que de certeza de que eu você o pai e as meninas tamo juntos!!!
Pai me orgulho de você, você sempre teve certo. Beijão. Fui! Eduardo” …
***
Médium: Alexandre.
03 de novembro/2013.
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A vida continua depois da morte do corpo; podemos concluir que o túmulo é plataforma de decolagem para a outra dimensão existencial, por isso não importa o tipo de morte que silenciou o corpo, mas como a alma chega no mundo espiritual…
Suas revelações Eduardo, que reproduzi ligeiro trecho aqui, impactam, fazem desaguar a catarse retida na expectativa desmanchada ao longo desses trezes meses de procura…
Mas, a certeza de que não voltarias mais ao nosso lar físico, como que estrangula o silêncio sem nos devolver sua voz…
Lágrimas molhando os sentimentos, encharcando os pensamentos, como que nos unindo mais e mais, porque com tamanha dor, só de mãos dadas e almas bem juntinhas, para que o inverno do silêncio não nos enregelasse o coração…
Tínhamos que nos dispor a um novo tipo de amor. E como toda forma de amar é válida, aprendemos a amar a saudade e o silêncio, como quem jejua os toques, os abraços e beijos…
Escanear o coração e a memória e não juntar cacos ou trapos, porque o espírito está além dos efeitos materiais de nossas relações, e aí reencontrar tua história nas páginas dos nossos sentimentos e relação; refazer o caminho de dois e doze até março de mil novecentos e noventa, reencontrando dores e alegrias, dúvidas e incertezas, flores espinhos, valores da nossa imperfeição, até o dia vinte e três de março chorando no berçário em face do choque de transição…
E voltarmos lenta e gradualmente a realidade da experiência e do aprendizado que a dor nos enfia pelas goelas da alma, da consciência e do coração. E isso pelos novos valores do tempo que a dor nos exige, e tal como uma catadupa de lembranças, momentos, fotos e sorrisos, sensações de sua presença entre, sonhos e insinuações sensitivas naquela enxurrada existencial…
E hoje, onze anos depois, adestramos os sentimentos como quem educa animais selvagens, que não se importam a quem ferir…
Assim, filho de Silvana e Ademário, “Andar com fé eu vou, porque a fé não costuma faiar”.
A eternidade é o caminho evolutivo, então amanhã nos encontraremos.
Ás vezes meu filho, a dor se faz o manto da compreensão, sem se importar com o nosso coração…
O tempo passa, a dor se enquadra num perfil silente
O tempo açoita e nos pede amor, não como mendigo solto, mas indefinido, cambaleante e pesado, como quem depois de muito andar, sente os pés inseguro e indeciso…
E hoje filhão que fazem onze anos de sua partida e a saudade é um sorriso mal desenhado, porque as lembranças da convivência traduzem alegria estancada…
Hoje que a mediunidade ainda nos pede paciência, que sua ausência ainda que real, não se conforma com a nossa perspectiva…
O tempo do alto de sua sabedoria é teimosia silente
A dor, imagem desgrenhada e desgastada que a Doutrina Espírita domesticou
O silêncio de sua ausência é a poesia que não sei escrever
Mas, o sonho do reencontro não é mais pesadelo
Não tê-lo em presença jamais quis dizer esquecimento e jamais i será
A saudade é dor de mão dupla na catapulta do silêncio
Mas, a alegria que brota quando um de nós te percebe em nosso ambiente
Escancara-nos os dentes e a alma e nos acentua o desejo do abraço
E fortalece-nos os laços, talvez até os traços do mesmo sonho
Aí é fala pelo dia que Deus dá, parece que cada um tem um pergaminho
Onde escreve sentimentos e lembranças, faz do tempo novamente criança e todos sorrimos lembrando de você…
Nosso tempo no seio da eternidade é dízima inconsequente, tipo noves fora nada
Ainda pelos nossos passos a dízima é periódica tal como a saudade, só que se traduzida em medidas, o tamanho, a latitude e a longitude nossa consciência nem assimila
A intuição, mãe dos meus versos sempre me aconselha, a eternidade não se calcula pelo desespero, mas pela luz e o amor aplicados
Então filhão, se segura do seu lado, porque mais dias menos dias estaremos no mesmo horário
Até um dia, razão dos meus sentimentos, valor da minha vontade
Qualquer dia a saudade será só poesia em nossa memória…
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