Redação em poesia!
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Sonhei com a poesia que me ensina a vida
Com rimas espalhadas pelo chão
Dizendo que o amor é uma sentença de oração
Trançada por predicativos do sujeito oculto ou mesmo declarado
Verbos intransitivos e substantivos derivados
Num idioma e dialeto tão bem versados
Pessoas em plurais tão singulares
Cantando as orações irregulares
Sou eu, és tu, eles e elas
Vivendo ás expensas de um sujeito que não se determina
Concreto, abstrato e invisível
É crível que não encontre concordâncias
Nas instâncias de um diálogo simples
E se contradiga no pretérito imperfeito
E transa entre o futuro e o presente do indicativo
Como se fosse um pronome oblíquo
Tão rico em redundâncias loucas
E tão pobres as alegrias poucas
Sendo simples, objetivo e rouco
Tão louco quem lhe dá ouvidos
Mas, nunca se encontrou contra indicação
E aí o verbo muda até de desinência
Se casa com a própria locução
E mesmo sendo um verbo mais que perfeito
O amor não vive para cobrar direitos
Nem mesmo indenização
Que cada um encontre sua morfologia
No trato com a derivação
Amar é conjugar compassos nos passos da motivação
Um verbo muda seu tempo, seu modo e a conjugação
E o amor tem que continuar inteiro
Em versos, estrofes e redação
Ninguém lhe impõe sabatinas
Nem rimas de contradição
O amor é mesmo a energia que modula a nossa emoção!
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Ademário da Silva
05/agosto/2014
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