Este Blog tem a finalidade de divulgar estudos e aprendi, tendo por prisma de visão Allan Kardec.

Arquivo para outubro, 2007

Os reinos da natureza

A vontade do Criador...

A vontade do Criador...

Os reinos naturais…….

Um dia um hálito de luz percorreu o Universo e, trazia em seus versos sementes de possibilidades. Kardec  chamou-o de fluido universal, raíz de todas as formas de vidas. Moisés já havia dito que o Espírito do Senhor se encontrava em meio ao caos. Jesus disse:” Meu Reino não é deste mundo “; por que na “Casa do Pai haviam muitas moradas” Esse hálito de luz carregado dos desejos Divinos, simbolicamente o sêmen e o óvulo das formas vitais é o berço de toda a Natureza Espiritual e a Natureza Física. Esse hálito por impulso da Vontade de Deus foi gerando os mundos na esteira da eternidade. Nós mal conhecemos a Via Láctea que já é um mega manto de estrêlas, que ao vê-las pensamos conhecer o Criador. Nesse sistema que o nosso sol de quinta grandeza pousa imponente e encantador e alimenta de luz de lutas os plânetas que giram a sua volta. Nestes plânetas, naturezas diversas, ricas e muitas ainda insondáveis, temos um retrato três por quatro (milímetros ou décimos, talvez centésimos, quem sabe micromilésimos) dessa infinitude, mas da magnitude ainda não vislumbramos quase nada. Esse hálito de luz imperceptível aos nossos olhos imperfeitos contém todas as linhas que formam teias encadeadas entre sí. E se olharmos, por motivos óbvios, só o nosso plâneta Terra,,  encontraremos versos de ricas rimas, que são os minerais, os vegetais e os animais e o reino hominal. Só a teoria de Darwin já nos demonstra a cadeia alimentar, a interdependência existencial na esfera física que nos  liga, enquanto homens ao reino animal, pelos parâmetros do instinto e do processo evolutivo do corpo físico. Animais intermediários, plantas em transição, cadeias de ligação, trilhas de evolução. Ao longo do tempo o homem, que viveu nas cavernas, que dormiu coberto de estrêlas, bebeu água nos rios, se crestou sob o sol dos trópicos e enfrentou invernos polares, na verdade descobriu os colares que a natureza teceu. Bilhões de anos a natureza gestou nosso berço e a ciência descobriu ainda à pouco nossa idade carbônica. Irônica é a nossa vaidade, pois enfrentando medos e tempestades, convivemos com deuses “tupãs” e ursos e no decurso da evolução, fizemos dos animais, ferramentas de trabalho e derrubamos galhos para servir de tetos.deixamos de ser “Neandhertal” mas, ainda não deixamos de ser animal.

“Talvez, ao ver o Sol, a Lua e as estrelas, eles os associaram aos demais fenomenos atmosféricos como a chuva e os relampagos ,os quais, provavelmente ao incendiar árvores e florestas, tenham presenteado o homem com o advento do fogo,e é possivel que a partir dessas experiencias, eles passaram a conhecer e tentar dominar sua utilização .Nos períodos posteriores, com a evolução racional e fisica do ser humano ao longo dos anos até o “homo sapiens sapiens”, muitas descobertas foram feitas com a ajuda dos astros. O homem de neandhertal que, segundo alguns estudos arqueológicos, já possuia as primeiras noções sobre espiritualidade e sobre ”vida e morte”, por exemplo, talvez tenham associado as estrelas e os outros astros a nova morada das pessoas que morriam” .

Entre a “dionéia e o ornitorrinco”, quase que dois mais dois são cinco, e não mera figura de linguagem. Léon Denis em sua expressiva colocação filosófica e poética: “ O homem dorme no mineral, se agita no vegetal e sonha no animal”.  Por que processos se dá a individualização do princípio espiritual, contido no reino animal, nós desconhecemos; mas hoje já não cabe duvidar por duvidar, por que descobrimos pela própria natureza da vida a relação entre os seres animados e os inanimados de todos os reinos naturais que conhecemos.Entendo eu que assim como na natureza das qualidades espirituais descrita por Kardec  em a “Escala espírita”, no livro dos Espíritos, uma escala sem fronteiras definidas, como  um divisor de valores patentes de um determinado reino da naturza física, que impusesse um abismo entre os três reinos que conhecemos, não existe como fator de separação distintiva, até pela Misericórdia de Deus, que se expressa na Lei de Amor e na Harmonia entre os seres de todas as dimensões existenciais, que prevê a solidariedade e a fraternidade como elemento de união entre todos os seres vivos criados por Ele em todos os reinos da natureza física e espiritual.

Ademário da Silva. SEFLC – São Paulo – 30/out./2007

A Reencarnação: berço do aprendizado…

Nossos filhos são espíritos. 

Hermínio Corrêa de Miranda 

COISAS PARA DESAPRENDER       

AS CRIANÇAS NÃO VÊM COM ESSES bem-acabados folhe­tos impressos que explicam minuciosamente como funcionam os aparelhos que adquirimos nas lojas. Não trazem um manual de ins­truções, que ensine como devemos abrir o pacote, tirar o aparelho da caixa, instalá-lo e fazê-lo funcionar. Também não trazem certificado de garantia, que se possa apresentar ao representante autorizado, juntamente com a nota fiscal, caso haja algum defeito de fabricação.       Dizem até que um jovem pai, que acabara de retirar mulher e filho do hospital, levou-o de volta, para reclamar, porque ele estava com um vazamento…      

 Com o tempo, vamos aprendendo a resolver os pequenos pro­blemas que surgem. E os grandes também, se e quando surgirem. Nós nos valemos da experiência dos mais velhos, geralmente uma das avós, ou ambas, tias, vizinhas e, naturalmente, dos médicos, quando a situação assim exige.       Para facilitar as coisas, comprei o livro de um famoso pediatra da época, que substituía razoavelmente bem os manuais de instruções que acompanham os eletrodomésticos de hoje e ajudam a solucionar ou prevenir alguns dos “enguiços” mais comuns. Recebíamos dele ensinamentos minuciosos sobre a maneira de cuidar do bebê durante seus primeiros dias de vida: o banho, o sono, a roupa, a alimentação, bem como a interpretação de certos sinais típicos que marcam as dife­rentes etapas de desenvolvimento: os primeiros passos, os dentinhos de leite, peso, altura, hábitos de higiene e inúmeros outros indica­dores.      

Toda essa logística tem por objetivo proporcionar aos pais uma criança sadia para que nela se desenvolvam as faculdades mais nobres de inteligência, vivacidade e boas maneiras. Para que ela seja, enfim, uma pessoa útil a si mesma e à sociedade na qual está começando a viver, e na qual vai se envolvendo, cada vez mais, na escola, em seus diversos níveis, e depois, no trabalho, no relacionamento com a família, com os amigos e tudo mais.Realmente, todos esses elementos são da mais alta relevância e de imediata aplicação naquilo que constitui praticamente um proje­to, que é o de criar uma criança proporcionando-lhe todos os elemen­tos possíveis a uma vida decente, equilibrada, normal e feliz. Isso, contudo, é apenas parte do problema, uma vez que continuam sem resposta numerosas questões que podem ocorrer à mãe e ao pai da criança. Em suma, temos livros de obstetras, psicólogos, psiquiatras e pediatras, mas onde encontrar obras escritas por “espiritiatras”?Enquanto o problema consiste apenas em dar este alimento ou aquele, dormir à tarde ou de manhã, vestir ou não agasalho, ventilar o quarto de dormir, tomar sol, tratar um resfriado ou dor de barriga, as opiniões variam, mas podemos chegar a um consenso, adaptado às nossas próprias condições e, obviamente, às do bebê. Acabamos acertando com o alimento que melhor “concorda” com ele, como dizem os americanos, ou com seus hábitos de repouso e atividade, bem como o tipo de roupinha que melhor lhe convém. Mas, e ele mesmo, como pessoa humana, como individualidade, como é? Por que é temperamental ou apático? O que o faz pacífico e sereno ou agitado e mal-humorado? Por que ele gosta de algumas pessoas e não de outras? Por que chora tanto ou não chora, a não ser excepcional­mente? Por que custa tanto a falar ou a andar, ou a aprender a ler? E, mais tarde, por que gosta de matemática e não de línguas, ou vice-versa? E, acima de tudo, quando se tem dois ou mais filhos, por que são tão diferentes entre si, uma vez que gerados todos a partir do mesmo conjunto de genes e criados, no lar, sob idênticas ou muito semelhantes condições?Afinal, quem são nossos filhos, o que representam em nossas vidas e o que representamos nós na vida deles, além do simples rela­cionamento pais e filhos?Longe de respostas mais claras e objetivas, ou, pelo menos, de hipóteses orientadoras, o que observamos, no dia-a-dia das lutas e alegrias da vida, é uma coletânea de clichês obsoletos, ou seja, idéias preconcebidas e cristalizadas que de tão repetidas assumiram status de verdades inquestionáveis, que vamos aceitando meio desatentos, sem procurar examiná-las em profundidade.Por exemplo: o Marquinho “puxou” o jeito enérgico da mãe, ou a Mônica herdou a inteligência do pai, ou o gosto da tia pelas artes plásticas, ou, ainda, o temperamento da avó Adelaide.A primeira coisa a desaprender com relação às crianças é a de que elas não herdam características psicológicas, como inteligência, dotes artísticos, temperamento, bom ou mau gosto, simpatia ou antipatia, doçura ou agressividade. Cada ser é único, em sua estrutura psicológica, preferências, inclinações e idiossincrasias. Somente ca­racterísticas físicas são geneticamente transmissíveis: cor da pele, dos olhos, ou dos cabelos, tendência a esta ou àquela conformação física, predisposição a esta ou àquela enfermidade, ou a uma saúde mais estável, traços fisionômicos e coisas dessa ordem.Quanto ao mais, não. Pais inteligentíssimos podem ter filhos medíocres, tanto quanto pais aparentemente pouco dotados podem ter filhos geniais. Pessoas pacíficas geram filhos turbulentos e, vice-versa, pais desarmonizados produzem crianças excelentes, equili­bradas e sensatas.Qualquer um de nós poderá citar pelo menos uma dúzia de exemplos de seu conhecimento para testemunhar a exatidão dessas afirmativas.Por isso, repetimos, cada criança, cada pessoa, é única, é dife­rente, e embora possam ter, duas ou mais, certas características em comum ou muito semelhantes, cada uma delas é um universo pró­prio, como que individualizado. Até mesmo gêmeos univitelinos, ou seja, gerados a partir do mesmo ovo, trazem, na similitude de certos traços físicos, diferenças fundamentais de temperamento e caráter que os identificam com precisão, como indivíduos perfeitamente autônomos e singulares.Vamos logo, portanto, definir um importante aspecto: os pais produzem apenas o corpo físico dos filhos, não o espírito (ou alma) deles.Outra coisa convém desaprender logo, para abrir espaço para novos conceitos, mais inteligentes, racionais e competentes acerca da vida. Esses espíritos ou almas que nos são confiados, já embalados em corpos físicos, que nós mesmos lhes proporcionamos, através do processo gerador, não são criados novinhos, sem passado e sem histó­ria! Eles já existiam antes, em algum lugar, têm uma biografia pessoal, trazem vivências e experiências e aqui aportam para reviver e não para viver. Estão, portanto, renascendo e não apenas nascendo.É espantosa a reação que esta idéia simples e genuína tem encontrado para impor-se como verdade que é. O próprio Cristo ensinou que João Batista era o profeta Elias renascido, embora não reconhecido pelos seus contemporâneos. Em outra passagem, falando a Nicodemos, admirou-se de que o ilustrado membro do Sinédrio ignorasse verdade tão elementar, ou seja, a de que é preciso nascer de novo para alcançar a paz espiritual, à qual Jesus dava o nome de Reino de Deus ou Reino dos Céus.Eis, portanto, a pura, simples e inquestionável verdade: nossos filhos, tanto quanto nós mesmos, são seres humanos que já viveram antes. Trazem em si todo um passado mais ou menos longo de experi­ências, equívocos, conquistas, realizações e, conseqüentemente, um programa a executar na vida que reiniciam junto de nós. Da mesma forma que não nos desintegramos em nada ao morrer, também não viemos do nada quando nascemos de novo na carne. Tudo é continui­dade, etapas que se sucedem, em ciclos alternados, aqui e além.Anotem aí, portanto: somos todos seres criados por Deus, sim, mas há muito, muito tempo, e não no momento da concepção ou na hora do nascimento, para “ocupar” um novo corpo físico.Esta idéia constitui a viga mestra de toda a arquitetura da vida, o conceito-diretor que nos leva ao entendimento dos seus enigmas, mistérios e belezas imortais. E, portanto, esta idéia, este conceito, esta verdade que escolhemos para alicerçar este livro, a fim de ordenar o que precisamos saber — dentro das limitações humanas — para entender a vida e, também, ajudar aqueles que nos cercam a entendê-la melhor. Tudo aquilo, mas tudo mesmo, que se chocar com esta verdade, tem de ser desaprendido, se é que estamos realmente empenhados em fazer da nossa vida um projeto inteligente de evolução rumo à perfeição espiritual.Se o bisavô Joaquim foi um sujeito ranzinza e impertinente e vier renascer como seu filho, provavelmente você vai ter uma criança um pouco difícil e impaciente (a não ser que ele tenha se modificado um pouco nesse ínterim). Da mesma forma que, se uma pessoa de bom coração e pacífica renascer como sua filha ou filho, você terá uma criança calma, bem-humorada, simpática, desde os primeiros momentos de vida, ainda que ocasionalmente apronte uma chora­deira homérica se estiver com fome, sentindo calor ou frio, ou porque deseja que suas fraldinhas sejam trocadas.De que outra maneira iria ela pedir isso? Se lhe fosse possível falar, ela diria, educadamente: —Mamãe, você quer fazer o favor de trocar minha fralda? — Ou: —Você não está se esquecendo de me dar a papinha das dez horas?Deixe-me, pois, dizer-lhe, para ajudar a armar o esquema de como cuidar do seu bebê: ele é um espírito adulto, inteligente e experimentado, aprisionado em um corpinho físico que ainda não lhe proporciona as condições mínimas de que precisa para expressar todo seu potencial. Isto se dará com o tempo, como você poderá observar, à medida que a criança vai crescendo e se revelando como realmente é.Então, sim, quem disser que ela “puxou” ao birrento bisavô Joaquim é possível que tenha razão, porque, de fato, pode ser o próprio, de volta. Ou se ela for aquele remoto parente genial que escre­veu livros, compôs música ou foi um brilhante político, então você terá o privilégio e a responsabilidade de ajudá-la a expressar-se nova­mente como ser humano; provavelmente, em outro campo de ativi­dade. Em verdade, responsabilidade você tem sempre, seja qual for o filho ou filha, brilhante ou deficiente, amigo ou não tão amigo, sadio ou doente, compreensivo ou rebelde.Por alguma razão, que um dia você saberá, ele foi encaminhado, atraído ou convidado para vir para sua companhia. Dificilmente será um estranho total, cujos caminhos jamais tenham se cruzado com os seus, no passado. Não se esqueça de que também você é um ser renascido.
 A criança é um espírito que nos foi confiado por algum tempo. Raramente é um ser moralmente perfeito e acabado. Não é, também, a não ser em casos raros, um demônio de maldade chocante. A angelitude e os mais tenebrosos graus de transviamento moral são extremos que, ao contrário do que costumamos dizer, não se tocam. Aquele que percorre milênios vivendo, vida após vida, na sistemática prática do erro deliberado, acaba descendo tão fundo na escala de valores morais que fica com um longuíssimo e penoso caminho a per­correr para retornar. E difícil, mas não impossível, a tarefa da con­quista da paz.      

Não há anjos, nem demônios, apenas criaturas que muito se aperfeiçoaram ou muito se transviaram, mas que continuam sendo seres humanos. As almas ou espíritos designados para animar os cor­pos físicos de nossos filhos são seres em evolução, como nós mesmos e aos quais certos vínculos ou compromissos nos ligam por esta ou aquela razão.A criança tem de fazer o reaprendizado da vida, nas condições em que renasceu. Terá de familiarizar-se com o novo corpinho que recebeu, aprender a língua de seu povo, bem como retomar conhe­cimentos gerais, habilidades manuais, como desenho, escrita, ma­nipulação de instrumentos, aparelhos, ferramentas e tudo mais. Terá, enfim, de readaptar-se ao meio em que veio viver, bem como às pessoas que a cercam, como pais, irmãos, parentes, vizinhos, amigos, etc., muitos dos quais pode ser até que já conheça de vidas passadas.E inevitável e necessário esse reaprendizado porque a lem­brança consciente do passado vai se apagando, para ela, no momento em que começa a despertar no corpo físico. A consciência de um lado da vida geralmente acende quando se apaga a do outro lado. E como se fôssemos dotados de um interruptor com dois terminais. Ao acender uma lâmpada, você apaga automaticamente a outra. Para lembrar-se de seu passado, precisa desligar-se do corpo físico, quan­do dorme, por exemplo, ou está desmaiado. Nesses momentos, a consciência não está presente. Na verdade, a consciência não se apaga de um lado para acender do outro, apenas se desloca de um lado para outro, ou seja, vai junto com o espírito, que tem o hábito de desligar-se, parcial e temporariamente, do corpo físico que lhe serve de abrigo e instrumento. 

(estes trechos foram extraídos do Livro ‘Nossos Filhos são Espíritos.’ De Hermínio Corrêa de Miranda)  

Um livro da mais alta e profunda qualidade doutrinária-existencial, porquanto se nos mostra os efeitos, implicações e consequências da REENCARNAÇÃO, diretamente no âmbito mais importante para nós, ou seja, nosso lar. E com implicações interativas diretamente ligadas à nós.  

REENCARNAÇÃO:  

A soma dos cromossomos contidos em espermas e ovos, acabam por significar o berço genético e transitório na migração natural que ocorre entre o mundo espiritual e o mundo físico, constitutindo o DNA da oportunidade . ( DNA= Diante do Nascimento, Aplicação ). Ponto de aterrissagem, literalmente falando, para o espírito que reencarna, o útero feminino se transforma no abrigo de primeiro estágio para aquele que reinicia a jornada terrena.E quem estudar esse livro do H.C. Miranda, entenderá com maior nitidez o que tentamos também demonstrar. Quando um homem e uma mulher se reunem em casamento, estão também juntando ou acomodando seus destinos numa estrada comum. Por força de afinidades ou de provaváveis reparos, a libido que muitos apelidaram de cupido, ou até a lei de atração, ou mesmo a lei do amor, são ingredientes e até expedientes utilizados por assim dizer pelas leis divinas e  naturais, afim de que se aproximem da seara da solidariedade compulsória, sem se darem conta de que estão sendo impulsionados por laços construídos  no passado, o casal de namorados, candidatos à pais, que já foram filhos e que serão avós, num futuro não muito distante, se deixam enredar pelas fantasias de um romantismo inconsistente. E aí passam a acreditar que encontraram sua cara metade. E deve ser mesmo cara metade; metade ilusão, metade problema,meio prazer, meio preocupação,  que depois configuram como “almas gêmeas” ou incompatilbilidade de gênios. Se fossem gênios teriam soluções. Mas, tudo isso na verdade é a vida seguindo ordens superiores.Obedecendo principalmente as forças às vezes coercitivas, mas, essencialmente condutoras, que são  as leis de causas e efeitos. As causas dormentes na consciência integral protegida pela lei do esquecimento; os efeitos serão colhidos pelo caminho na razão direta da reconscientização no plano humano-material, que tanto se alarga e se engrandece quanto se acanha ou mesmo se embrutece segundo a coragem de auto enfrentamento das contingências colocadas pela vida ou, o acovardamento e omissão diante das  adversidades enquanto consequências necessárias ao aprendizado evolutivo. É Deus corrigindo pelas vias do aprendizado.Então a reencarnação enquanto canteiro de obras e seara de realizações é instrumento de justiça que se nos alcança no tempo e no espaço, abrindo portas de oportunidades que são verdadeiros oásis de luz e experiências em meio aos desertos de sombras que as vezes estão mergulhados nossos egos.A educação espírita que precisa e deve nortear nossos passos pela vida, tanto aqui quanto acolá constitui nossa preocupação principal, quanto aos seus efeitos no processo de enriquecimento da mentalidade humana. Só ela, estudada, aprendida e vivenciada pode mudar a  tela de provas e expiações que ainda vivenciamos neste orbe. Posto que é esta educação que nos fará compreender definitivamente as intenções Divinas e os efeitos da reencarnação em nossa vida aqui e no mundo espiritual. Viajores da imortalidade, trazemos a matula cheia das experiências adquiridas no mundo espiritual, e inversamente, levamos para lá tudo que aqui conseguimos. E é isso que determina a qualidade de vida por aqui, em se considerando os milhões de almas encarnadas, os índices preocupantes de ignorância, violência, desigualdades sociais e toda gama de mazelas morais a serem extirpadas pela aquisição de valores mais consistentes no viés do progresso espiritual, podemos avaliar o quanto é grandioso o papel do Espiritismo no mundo, mas, também o imenso campo de trabalho em que nos lotamos, que não nos permite ilusões ou fantasias no que tange as responsabilidades implícitas nas searas da exposição doutrinária, medianímicas, enfim os estudos todos destinados ao público e, tudo que se destina à propagar a real finalidade desta Doutrina de Amor e Luz, que é libertar as consciências desavisadas, enfraquecidas pelos reveses ou , mergulhadas mais profundamente nos mares escuros do orgulho e do egoísmo. A reencaranação com certeza se nos posiciona no mundo, e a desencarnação se nos acomoda na outra dimensão da vida. E outra lei  que vem no bojo desse movimento, a da afinidade se nos abriga em região aquecida e iluminada, com infraestrutura desenvolvida pelo prazer do trabalho e pelo amor ao próximo, ou se nos deixa seguir pela própria força da atração, para ambientes densos e escuros, moralmente falando. “ A cada um segundo suas obras”, ecoa nos tímpanos da alma o ensinamento do Mestre. Onde está teu coração, aí estará tuas preocupações e por extensão tua vida. Aqui entendemos realmente que o livre arbítrio é o passaporte moral que antecipa-nos o bem estar existencial, ou, pode significar estágio obrigatório em meio as agruras e sombras. “Espíritas amai-vos, eis o primeiro ensino. Instruí-vos, eis o segundo”.Ir e vir é um direito inalienável que a reencarnação propicia no hálito da Misericórdia Divina, mas, viver e conviver em clima de harmonia e progresso, respeitando a solidadriedade e a fraternidade universal e conquistando o progresso espiritual é conquista de cada um. Pois que o Pai Amorável já se nos deu a vida, o tempo e todos os recursos necessários a evolução.

Depende só de nós……………………………. 

Ademário da Silva… – S.E Facho de Luz e Caridade. 24/out.2007. 

Trabalhos, tarefas e ocupações!!!

Trabalho e ocupações.

T     arefas e missões patrocinadas pela luz

R    esíduos de ocupações inferiores sob o manto da natureza

A   rtigo de preocupação e cansaço aos que se deixam dominar pela ociosidade  

B     enção que ampara, protege e evoluciona aos que estão atentos às obrigações inerentes aos recursos e capacidades individuais

A    to de entendimento e submissão aos efeitos das Leis  Divinas e Naturais

L   uz que se acende do simples ao complexo abrindo as vias da evolução

H    ora primeira ou última hora, semente que germina o progresso, desde ontem, passando pelo agora em direção ao futuro.

O    Pai que não castiga e nem condena deixa-nos o trabalho como lei que aprimora, reeduca ou segrega; na medida em que nossos passos e consciência, por força da luz ou da ignorância, nos põe nas vias da responsabilidade ou nos desforços de duras refregas!!!!!  

O trabalho é uma das infinitas Leis divinas ou Naturais, muito bem configurada e explícita em o Livro dos Espíritos, em seu capitulo III do livro terceiro, pág. – 237, apropriada em primeira instância existencial às necessidades evolutivas do ser espiritual. Por que criado em simplicidade e ignorância o ser espiritual depende para o seu crescimento de leis, condições e recursos graduadas às suas capacidades, aquisições e aprimoramentos, e Deus -Pai e Misericordioso, enquanto Suprema Inteligência do Universo, em sua Sabedoria Infinita nos oferece na dinâmica da vida em todas as dimensões que já conhecemos e também nas que não conhecemos, o trabalho como fonte e via de progresso. Ter o melhor ou o pior trabalho, gostar ou não de trabalhar, criar ou estacionar, crescer ou se demorar no coral das lamentações é sempre de cada um. Como Jesus ensinou: “ A cada um segundo suas obras”, o que se nos sobra é a compreensão do que precisamos, sem nenhum confronto com o que queremos. O trabalho enquanto lei da natureza é força que cria e modifica ,propiciando a renovação em todas latitudes e longitudes da vida. Se aqui na Terra, em muitos aspectos, o trabalho ainda se nos apresenta ranços e resíduos de senzalas, e parece se caracterizar por força coercitiva e castradora dos impulsos evolutivos, há que se considerar, na balança da imortalidade a nossa condição de plâneta de provas e expiações. A nossa condição de espírito indeciso no que tange às próprias obrigações. A nossa rebeldia e insatisfação. Essa tendência viciada de querer mais com menor esforço. Se pararmos pra pensar que a mais simples molécula viva exerce funções e tarefas nos corpos da vida, que o planctum que se quer enxergarmos na superfície das águas marinhas, alimenta a fauna e a flora oceânica, o que dizer dos seres já com um certo grau de inteligência, quanto ás suas responsabilidades no concerto da vida. Então podemos concluir que, aguardar por estâncias balneárias, áreas de lazer e conversódromos inúteis, nas outras dimensões da vida é realmente continuar acreditando em sonhos e fantasias incompatíveis com as leis naturais. Desenvolvamos a nossa mente, aprimoremos talentos e qualidades, que não mais nos assustaremos com o trabalho, em qualquer dimensão existencial, de qualquer teor intelectual e educativo, porquanto em matéria de mundos espirituais, as configurações e instâncias aplicativas, assim como os efeitos e consequências da lei do trabalho podem nos surpreender, principalmente pelos nossos condicionamentos de educação, aprendizado e conveniências. Ou seja, férias, décimos-terceiros, salários-desemprêgo e outras ilusões humanas desaparecem da pauta de compromissos e obrigações, que se nos apresentaram expontaneamente, segundo o que carrearmos como recursos adquiridos. Aliás, tarefas e responsabilidades, cargos e obrigações estão na razão diretamente proporcional aos recursos evolutivos e morais de cada um, condições essas que se nos determinam as atividades em todas as dimensões da vida. E no mundo espiritual, na verdade a escala espírita no que tange ao trabalho e tantas outras coisas, é levada muito a sério, até por força da Lei de Atração e do Amor e das Afinidades e da Caridade. Abandonar salários humanos e até o tráfico de favores por compensações que só a luz e amor ao próximo podem traduzir, enquanto benefício, ao trabalhador mais simples como ao mais avançado, exige-se –nos  mudanças estruturais em nossas concepções sobre a vida, suas leis e consequências, assim como em nossas estruturas morais, intelectivas e emocionais. E o Evangelho segundo o Espiritismo é o grande manacial de informações e exortações, que nos fará compreender com certeza e segurança as Leis divinas e Naturais criadas por Deus, Senhor de todo Universo e da Eternidade da Vida.

Ademário da Silva. S.E Facho de Luz e Caridade 21/ooutubro/2007 

A Família e a Flor!

Minha família querida e também meus pais...

Minha família querida e também meus pais...

‘A Família e a Flor!”“

A família é uma benção divina semeada no Universo infinito.

Os homens são seu tronco forte e impermanente da sua sustentação transitória, no tempo e no espaço.

As mulheres são as flores coloridas, vivas e perfumadoras de todos os destinos.

O destino é a lavoura de responsabilidade individual.

E isso nos mostra que cada um cumprindo o seu papel, faz a vontade Divina.

O homem sustenta e a mulher perfuma.

O homem constrói e a mulher conserva.

A mulher sonha e o homem planeja.

A mulher idealiza os planos que o homem executa.

As filhas são flores adolescentes nos jardins dos sonhos.

E os filhos futuros troncos da história humana.

A convivência é a esteira de oportunidades e realizações.

Toda criança é uma flor que um dia se abre.

Toda flor exala perfume que exige cuidado.

O jardim dos céus na terra das nossas necessidades, pra ser conservado requer de nós: amor-atitude e atitudes de amor.

A vida não privilegia, mas propicia portas abertas na razão direta do esforço aplicado.

Toda flor que se preza desenvolve autodefesa contra os espinhos inconvenientes.

A vida não se plasma em segredos e mistérios.

O perfume da flor não é o fruto vaidoso da natureza, mas o desejo divino de que vivamos bem.

Respeitar a nossa natureza é apenas oração obrigatória na pauta das nossas tarefas.

Deus identifica o perfume que exalamos e escolhe o jardim onde precisamos viver.

Quando Deus morar na raiz da nossa vontade, o nosso jardim será uma flor de felicidade.

Por isso na família temos flores de todos os matizes: flores maduras e decididas, flores ingênuas e inseguras, flores sensíveis e outras selvagens;

Assim como frutos de todos os sabores agradáveis e também indigestos;

E a nossa tarefa nesta romagem é achar o tom que concilia os motivos de cada um, e, como Drummond em sua poesia, “viver um por todos e todos por um”.

Nós temos dúvidas se vocês são uma família ou uma floreira que Deus plantou no mundo, para contribuírem com a higienização do ambiente humano.

Que Deus vos abençoes.

Ademário da Silva. (sob influências benéficas.).

São Paulo, 21 de abril de 2006.

A Doutrina Espírita é “a nova revolução copérnica.”’Sir Oliver Lodge. ’

O rio do Tempo

O RIO DO TEMPO

Ou a esteira das reencarnações. 

O rio do tempo fertiliza as margens da consciência, na medida em que desliza repetidamente na esteira de fundo que é a alma da própria vida, traçando consciente ou inconscientemente o roteiro do próprio destino. Facilitando a condução das águas da vida em seu interior, enfrentando as intempéries em linhas retas, curvas, desvios, estreitamentos e alagados!Despencando nas encostas com a mesma elegância e beleza com que se asserena nas planícies. Envolve-se com as matas, abriga os peixes, dessedenta os animais e pássaros, alimenta os homens, sacia sua sede sem nada exigir em troca; além do respeito e manutenção em níveis de equilíbrio dos recursos utilizados pelos homens, a reposição é sempre o ideal pra garantir abundância da vida. Assim a vida em sua essência. Todos somos depositários do tempo e da luz. De onde muito retiramos e pouco repomos comprometendo nosso próprio futuro.Complicado e desgastado é o presente, em que nos encontramos no cerne das atitudes individuais, enquanto egoísmo, e condutas coletivas, enquanto mandos e desmandos, que obscurecem-nos o próprio passado e pôr conta disto se perde na memória do imediatismo a nossa própria história. E o que concluímos é que a história parece não surtir efeito; pois que se isto acontecesse não teríamos a injustiça, sob a ótica humana e transitória, como conseqüência brutal e delinqüente, ditando normas absurdas no comportamento existencial. Pare, pense, sinta e reflita no seu modo de ser, de querer e possuir transitório.Deixe que as águas novas e límpidas da busca imortal e serena, refaçam o teu interior e margens, e verás que com pouco tempo e acentuado respeito, a natureza física e espiritual ressurgiram belas e exuberantes, tal qual era em sua primitiva origem!Assim também o homem em sua caminhada. Rio que surge num olho d’água; água que suja nos primeiros passos; olho que não enxerga direito  o caminho porque seu próprio interior ensombra-se nas atitudes impulsivas, no descontrole de gestos impetuosos, que geram curvas e quedas, disputas e sacrifícios que o engrandeceriam sobre maneira, não fosse a dor e o sofrimento, filhos naturais nascidos do casamento entre o orgulho e a vaidade.Mas é exatamente neste processo de contradições que Deus interfere com sua magnífica misericórdia; é quando desperta-se-nos a consciência e então nos formamos e doutoramos em recuperações, consertos, reconciliações, reparações, provas e expiações que são as lições desse rio do tempo que lava-nos a alma, fomentando a luz que emoldura a aura daqueles que se derem ao trabalho de reconhecer e reparar os próprios erros, ao encontrarem o caminho das pedras… Caminho que passa a ser comum a todos aqueles que elegeram a própria consciência como altar da solidariedade, das afeições, do amor ao próximo e o respeito às naturezas da vida, que surgem, eternamente das mãos do Excelso Criador.É deixemos o olho d’água que existem em nós, se transformar num rio caudaloso e destemido, capaz de enfrentar e superar os obstáculos que nós mesmos criamos, pra alcançar os mares divinos e nos reunirmos nos oceanos de luz que a vida e a eternidade oferece.  

Ademário da Silva… 1999.S.E Facho de Luz e Caridade…….  

Minha mãe…Mediunidade!!!

Minha Mãe Mediunidade! A Fº.

“Aqui, me detenho momentaneamente, para agradecer a mãe-mediunidade. Seu seio que alimenta, seus braços que acalentam e conduzem, sua boca que intui, ensina, corrige e cantarola nos momentos que a emoção é suave. Os olhos da mediunidade nos espreitam do outro lado do espelho, mesmo que meus olhos estejam vermelhos; mesmo assim me iluminam, mostram-me os caminhos e me induzem a olhar pra esse espelho, que me farta de luz. E me enxerga por dentro, qual olho de águia altaneira que desfralda horizontes imortais mesmo na escuridão dos meus escombros; vê-me os defeitos e deficiências, a moral, qual mula-manca, que me desespera e espanta. Mas também me indica caminhos e obrigações, como quem oferece licores e iguarias! Mãe dos meus dias, guardiã dos meus caminhos; raiz Africana dos meus amores, amigos e afetos. Devo ter sempre em minha mente os caminhos de França, Portugal, Cabo Verde, Angola e Espanha e a Itália antiga e querida, berços de outras tantas vivências e emoções, células vivas no mais profundo das minhas entranhas, saudades antigas da minha vida. E como já disse Cesária Évora: “Quem mostravis es caminhos longis/ os caminhos de São Tomé”. Mediunidade teto das minhas aflições e expectativas. Musa dos meus versos, constante indestrutível da minha evolução! A intuição é o colo da vida, das decisões, mãe e mão que me afaga até na contra mão do meu entendimento, me sorri pra que eu não chore, me fala pra que eu não perca a audição, me faz pensar e sentir ainda que a dor me incomode. Bendita és intuição! Teu nome é solidariedade e fraternidade espiritual. Quantas vozes e personas se vestem com a tua indumentária de luz e humildade, para ajudarem os paraplégicos de senso como eu. O laço de afeição é o fio que corre em paralelo ao laço fluídico, condição essencial para as relações mediúnicas – existenciais. O coração e a mente são as fontes de energia que alimentam as nossas relações com os nossos entes queridos, amigos e protetores espirituais, residentes nos mais variados planos de vida que existem para além da matéria. A meditação, os sentimentos e o danado do conhecimento, são as portas de acessos á esse mundo poli dimensional. E para que se acendam os circuitos da relação mediúnica, necessário se faz que tanto as fontes quanto os condutores, estejam equilibrados e bem dimensionados, entre o tempo e o sentimento; e que o aparelho receptor tenha em si a fonte transformadora das energias captadas. Essa fonte é o discernimento que se desenvolve com a aquisição de conhecimento espírita-doutrinário. E que se procure experienciar essa faculdade, decidido e firmemente, centrado no prisma de humildade e simplicidade e principalmente a consciência de que, embora envolvidos num plano coletivo de aprendizado, cada um de nós têm experiências próprias a serem desenvolvidas. E é exatamente essa condição que personaliza, ou seja, individualiza os nossos passos nas trilhas sensoriais. Ah! E que aprendamos á nos banharmos nas leis imutáveis do Criador, sem mais o medo infantil que ainda caracteriza-nos as atitudes. E que tenhamos a coragem e a dignidade de buscar o Evangelho qual divã de renovações, para nos afastarmos quanto possível e cada vez mais desse muro de lamentações, que temos tentado transformar nosso destino. Setembro. 2004. Ademário da Silva. S.E Facho de Luz e Caridade…

Poderes e talismãs…

Poderes ocultos, talismãs e feiticeiros…

A noite e o dia segundo o conceito humano não convivem sob o mesmo teto. Desafeição e afinidade não constituem ambiência agradável por oposição emocional, psicológica e moral, feito água e óleo que se separam, mesmo estando num único vaso.

E segundo a resposta de Albert Einstein a luz é a sombra de Deus. O que poderia parecer uma contradição se compreendida pelos parâmentros humanos, é uma realidade insofismável, partindo da premissa  de que em a Natureza tudo é energia. E Deus enquanto Suprema Inteligência do Universo e Causa Primária de todas as coisas, é realmente a energia que brilha em todas as coisas e seres, em todas as células e genes, constitui  a placenta de Luz, onde está contida toda a vida, suas consequências e implicações, tendo como veículo primário de manifestação o fluido cósmico universal, célula diretriz de todo impulso existencial  em a Natureza espiritual que por sua vez contém a natureza material.

Assim compreendemos que a matéria é energia condensada vibrando em lenta velocidade que se nos passa a impressão de que está detida, parada, retida por estranha paraplegia, surda, extática qual espantalho nas fronteiras da dureza e da solidez. Aí raciocinamos por comparação: o diamante é o elemento mais duro que conhecemos e esquecemos que ele tem como berço o carbono que é um gás. Mas vejamos o seguinte: o perispírito é constituído por: eletricidade, magnetismo e matéria quintessenciada. A mediunidade é orgânica, o que quer dizer que o corpo humano é organismo, em caso de mediunidade ostensiva, preparado para  a maior ou menor manifestação do magnetismo que o próprio perispírito veicula. Isso nos demonstra que as forças da natureza se manifestam, se expressam, se permitem manipular segundo diretrizes já estabelecidas em suas origens e finalidades. E condições de dureza e lentidão existem na matéria que não combinam intrinsecamente com a energia do perispírito, por exemplo, até por disposições moleculares.

O necessitado, doente ou desavisado vai ao “centro espírita”, tenda de umbanda ou terreiro da caridade, explica seus achaques e problemas de variada gama de complicações, e o guia espiritual aconselha a que traga peças de sua indumentária cotidiana para ser “benzida”, magnetizada; e o tecido se faz refratário à assimilação da energia aplicada no processo e os resultados são nulos ou quase imperceptíveis. O guia do terreiro risca um ponto no chão e impressiona os sensíveis e incultos, mas siquer se cogita de que  a terra anula e desvia os efeitos da eletricidade comum, até por motivos de proteção, se assim não fosse as descargas elétricas carreadas por raios e trovões já teriam causados maiores danos ao plâneta.

Disso podemos depreender que é preciso por exemplo descobrir veículos condutores adequados aos mais variados tipos de energia que conhecemos, para que nos libertemos da esfera viciada da “boa vontade” e realmente nos preparemos enquanto médiuns e espíritas para atuarmos lúcida e conscientemente nos trabalhos de amor ao próximo, sem criarmos desavisadamente expectativas de ilusórias esperanças aos mais necessitados.

A água que é fluidificada nos Centros Espíritas é um exemplo grandioso dessa combinação de elementos interagentes. O espírito desencarnado de um médico combina os fluidos medicamentosos naturais ao fluido animal dos médiuns e alcança por vontade e intenção amorosa a medicação necessária à determinadas doenças, que se lhe pediram pra que ele as curasse. E de acordo com as mesmas de harmonia e integração, permissão pelo viés da misericordia do Pai, muitos necessitados alcançãm resultados importantes. Até por que a água é um excelente condutor de eletricidade.

Em o livro ‘O Espírito e o Tempo’, J, Herculano Pires em sua visão acurada, filosófica e científica demonstra as características: agrícolas, psicológicas e científicas da mediunidade, enfatizando que em sua fase agrícola o homem por desconhecimento e empirismo necessitou dessa relação mitológica com ‘divindades e duendes’, por que não possuia cabedal  intelectual e de experiência para descobrir com serenidade e lógica a outra dimensão da natureza existencial, sem que isso significasse para ele um impacto emocional e espiritual altamente prejudicial.

O mediunismo com certeza teve sua razão de ser nos perídos de infância intelectual e científica da humanidade, mas hoje que até a ciência dita oficial se curva as evidências de que uma energia diretriz, que o corpo bioplásmico e outras denominações que tais, são realidades que já não se tem como negar e é até melhor explicá-las, poderes  ocultos,  talismãs e feiticeiros tomam acento no ônibus da história humana rumo aos vilarejos do folclore e das crendices.

Poderes ocultos, talismãs, bençãos e maldições só podem ser aceitos pelos que desconhecem as leis da natureza e principalmente por ignorarem o Poder e a Justiça de Deus, Pai Todo Misericordioso.

A lei de causas e efeitos clareia-nos o raciocínio. O pensamento é uma força ainda não totalmente conhecida e admitida por nós. Entre pragas e desarranjos quebram-se as asas do arcanjo desavisado, ou seja, o ser emissor do pensamento malévolo ou invejoso é quem arca com o maior percentual das consequências por ele imaginadas em seu desequilibrio antifraterno, emquanto o receptor só se verá em maus lençóis se afinizar fluidica ou moralmente com as atitudes em questão.

A mediunidade “parece” guardar segredos, o que acontece é que pela própria disposição orgânica, o médium em determinadas circunstâncias, não se restringe ao efeito dos cinco sentidos humanos, ele extrapola e atua com valores e leis que pertencem por assim dizer ao mundo espiritual, causando em quem o vê atuar, significativa impressão que deveria levar ao estudo, a busca e a pesquisa e jamais a se sediar na esfera do miraculoso, até por que isto é comodismo e preguiça mental, que redunda em inércia e estacionamento existencial.

Ademário da Silva.

S.E Facho de Luz e Caridade    1º./outubro/2007.

A inspiração, as influências, a emoção e o compromisso!

A luz não brota por si por que não mora debaixo das saias da magia e da ilusão. É preciso buscá-la nos livros, nas palavras antigas e atuais, nas falas roucas e alquebradas dos anciões e na voz surda e abafada que a mediunidade traduz em tons ancestrais, imortais.

E a poesia não surge do nada qual efeito tresloucado de luzes e sons fictícios, que só a imaginação doentia e o desequilíbrio são capazes de engendrar… Que assim seja. As influências espirituais são como marés fluídicas insuflando a inspiração nos tímpanos das sensibilidades atentas e preparadas. A poesia e a luz são condições que se alcançam de ser sério e profundo, alegre, seguro e criança, trabalhador, estudante sensível e atento aos movimentos imortais da vida.

E as relações afetivas, amorosas e fraternais são poemas que a inspiração engendra aguardando um poeta de versos simples e firmes que fale de amor e de portas abertas e de sorrisos altos e livres.

E como a vida não tem meia-estrada, não existe meio-caminho que nos leve á um meio-lugar, muito menos a um meio destino.

Os sentimentos quando bem vividos, compartilhados são laços sensíveis que a dor do mundo não desamarra.

Um poeta mastiga livros e consome luz!

Um médium trabalha, estuda e obedece!

A vida, a mulher e a beleza, a paz, a solidariedade e a prece, a arte e a liberdade e o amor são as fontes dos versos e sentimentos e dos pensamentos criativos que jorram infindos do coração do poeta, que os colhe no seio da imensidão, no silêncio do universo.

O médium colhe dos pensamentos alheios idéias estranhas ao seu saber.

E como todo “bom médium” sempre dá uma volta redonda sobre seus próprios problemas acorda o seu sentido de responsabilidade, por que a necessidade obriga e é preciso fazer o relógio de o destino despertar na hora-atitude do saber-fazer por que o tempo de fazer-saber já se aproxima dos horizontes das responsabilidades maiores e inadiáveis.

A mediunidade é um canal que nos permite captar múltiplas ondas que se movimentam nas variantes do tempo. Ontem, hoje e talvez o amanhã se misturam no mesmo prato da vida, sem desandar o tempero das responsabilidades de agora.

Aquela voz que vem de dentro de um tempo que não se mensura. A intuição segura e esclarecedora.

O tom de uma canção que esconde a própria partitura.

O sono que cerra-nos o olho, mas não nos adormece a alma.

A força que espanta nossos medos.

A calma que emana do silêncio. O choro que nos encharca a retina embargando-nos a voz. A emoção que emana trazendo-nos o prazer da amizade sentida e nas mais das vezes a preocupação com uma dor ou sofrimento do próximo são os tons de uma mediunidade ativa.

A voz que escorrega no gel fluídico das emoções por que não alcança palavras para inúteis explicações.

Parece existir duas forças atuando em sentidos opostos; amigos e inimigos em trincheiras ocultas. Que só o trabalho de fazer o bem, e uma vontade de não querer ser ninguém, que pode equilibrar a relação Terra e Além.

Palavras perdidas em pensamentos vagos, diálogos da indecisão.

Pensamentos profundos em palavras pequenas são como ervas inúteis em terras férteis. Mostrando-nos que é preciso sempre ajustar o tom da obrigação a partitura da responsabilidade, senão a nossa melodia interior soa qual cacofonia negligente e pretensiosa, ainda, aos tímpanos daqueles que esperam em nós, apenas o equilíbrio e o compromisso sem fugas ou tergiversações inúteis e doentias.

“Conheça-te a ti mesmo” e verás que a mediunidade é a porta aberta á evolução, enquanto que a arte é fruto maduro nascido nos diversos canteiros de múltiplas experiências existenciais.

A mediunidade traduz-se em configurações sensitivas de compromisso e obrigação. O talento é conquista adquirida na esteira de buscas, trabalhos e realizações, que demandam esforço, dedicação e humildade; mas pode ser um caminho que ofereça perigos que a vaidade semeia. E conforme o teor dos ideais abraçados, o talento traduz a beleza, a inteligência e a grandeza das percepções anímicas.

Por que também não existe meio-médium em comunhão com um meio-artista na cartilha das obrigações codificadas por Allan Kardec em o Livro dos Médiuns, a definição de comportamentos e condutas, tanto de médiuns quanto de artistas, nos parece bem definidas quanto ao que cada um é capaz de realizar. E o grande perigo para os médiuns é que se os espíritos se afastarem, a semeadura cairá entre pedras e areias e a colheita o revelará de mãos vazias diante da própria consciência e das amizades propícias e protetoras. Nos caminhos de médiuns e artistas podem haver passos similares mas, que não traduzem na essência dos trabalhos a mesma diretriz e nem a mesma direção. O trabalho do artista encanta e afaga o ego atento e sensível dos que se identificam com a sua arte. O trabalho do médium por que fere tangentes imortais, pelas leis de afinidade e de solidariedade, precisa amparar, consolar, curar e esclarecer a tantos quantos o procurem, tendo sempre a consciência de que tudo que verte de sí é transmitido por espíritos amigos, benfazejos e esclarecidos com a permissão de Jesus o Mestre por excelência.

Meus respeitos! E que Deus lhes abençoe!

Ademário da Silva

São Paulo, 18/junho/2001.

Revisto e atualizado – 20/set.2007

Pensamentos

Espelho de mudanças reais...

Espelho de mudanças reais...

“Não há caminhada fácil para a liberdade.”
(Nelson Mandela)

A ignorância é uma prisão,

O egoísmo é uma clausura,
A vaidade interdição,
O orgulho é um abismo.
Entre o ego e a emoção!

A consciência é uma estrada entre pedras e perigos.
A atitude pessoal é gesto exíguo, mas decisivo, na transformação
necessária.
A inércia, imensa penitenciária, nas profundezas de Si mesmo.
Cada passo um avanço, cada descanso um atraso.

A luz só se alcança em cada letra que se retém,
O cérebro é uma galáxia de neurônios, a espera da luz da atitude.
Ilumine o teu cérebro, pra que tua alma encontre o caminho pra sair
da escuridão!
“A inconsciência é a ignorância de Si mesmo.”

Deus te deu os gravetos e, acendestes a fogueira,
Deus te deu água e, saciastes a sede,
Deus te deu cereais e frutas e, matastes a fome,
Deus te deu a argila, o minério e a madeira e fizestes moradia,
Deus te deu o coração, os sentimentos e a razão e, no entanto,
Vives no emaranhado da própria escuridão.

Queres o poder, a fama e o domínio,
A obediência, os títulos humanos e a fartura,
Queres ser amado como se fora um deus
Sem saber o que significa um grão de areia,
Deténs-te ainda entre as sombras do fascínio.

A mesma luz que dá brilho ás águas dos rios e da cor flores e folhas,
E diminui as sombras da noite,… clareia os dias da tua vida.
Respeite a natureza humana, pra descobrires os segredos de Deus.

Sinta, respeitando o coração alheio.
Pense sem desdenhar da inteligência do próximo.
Viva sem prejudicar a vida dos outros.
Ame a Si mesmo pra que consigas afeiçoar-se ao teu igual.
Instrua-se pra que não temas segredos ou mistérios.
Cada consciência deve construir a própria trilha.
Não temas o que desconheces, procure conhecer o que te intimida.

A vida surge como efeito da harmonia do Universo,
Num verso do Amorável Criador, cujo Amor é poesia Eterna,
Á erradicar os resíduos da dor!

A dor que emociona no parto apenas emoldura a beleza da vida.
A dor que enclausura no câncer transfigura a escuridão da alma.
A dor sempre encontra motivos pra modificar a resistência á luz.
A dor não precisava existir, se o orgulho não lhe servisse de
placenta.
Mas não deixa de ser um caminho, para aquele que se meteu em
tormentas.

Mas a oportunidade sempre se renova para aquele que encontra a Si
mesmo.
Por isso não adianta adiar, se omitir ou estacionar.
Pra que não tenhamos a dor como fator compulsório de progresso,
Caminhemos com consciência e lucidez, cumprindo deveres e obrigações,
porque lazer e turismo não são estâncias de acesso livre á espíritos
desarmonizados.
Até por que lazer é o prazer de amar e beneficiar o próximo
Enquanto o turismo é a esteira dos trabalhos mais elevados.

Ademário da Silva. 10 de setembro de 2005.
00h15minhs.

ATÉ UM DIA, MAMÃE!

Afinidades costuradas pelo tempo...

Afinidades costuradas pelo tempo...

Até um dia mamãe!

Agora eu sei, a dor me põe distante dos teus olhos.

Barreira que transcende aos meus sentidos, tão presos na masmorra da matéria.

Então, tão séria, a dor partiu o cordão dos nossos sentimentos.

Querendo meter medo na atitude daquele que fica na fronteira do silêncio.

Mal sabe ela, a dor, que eu tenho consciência do que não morre!

De nada, adianta calar a tua voz. Esconder atrás das nuvens o teu semblante-espelho, privar dos meus sentidos a tua imagem.

Que eu tiro do Evangelho, força e coragem.

Enfrento o desespero em silêncio.

Não digo pra solidão tudo que penso, pra não ter que, enfraquecido, me defender dos meus próprios deslizes.

E guardo a certeza nesta crença, que faz da consciência, um livro aberto.

E por mais perto da dor eu me veja, olho as estrelas no azul do firmamento, que ilumina a solidão.

E qual dádiva que consola, mola mestra que sustenta a vida, a imortalidade, sustenta a saudade nos braços da esperança de que, tudo que se harmoniza na mesma luta, se reencontra um dia na mesma emoção.

Agradeço-te mamãe, a travessia desde o ventre até a alegria de ser.

Agradeço-te corretivos e admoestações, conselhos e instruções.

Que me fizeram ver da vida suas claridades.

Agradeço-te teres sido mulher, amante, mamãe, amiga e verdade!

A tua ternura, simplicidade e meiguice são valores no espelho da minha saudade, que guardo nas paredes da memória da alma.

E te prometo, apesar da dor que separa e judia.

Não ficar triste em demasia.

Pra não perder o equilíbrio e o senso.

E não queimar no que penso, a imagem que guardo de ti.

A avó e a neta em seus papéis afetivos

Minha mãe, minha amiga...

Até um dia mamãe!

Desencarnada aos quatorze dias do mês de outubro do ano de dois mil e quatro, às dezoito horas de uma quinta-feira, no Hospital do Servido Público Estadual de São Paulo.Frente-à-frente a vida e a despedida, seus olhos físicos arregalados, buscando os meus, que pelo meu lado não conseguia desvendar o segredo de quem parte e de quem fica. O amor silencia pra que possamos observar nos escaninhos da natureza as mãos divinas mudando destinos. Mamãe me olhava me pedindo respostas e proteção, carinho a atenção, e eu impotente, mas ciente de que assim tinha que ser. Um momento único e indecifrável ainda aos nossos conhecimentos. Ointenta e cinco anos de vida física, num processo de anonimato e doação. Filhos despencando do seu útero em busca de oportunidades. Claudete,Iracegildo, Ana Maria, Ademário, Marcelo e Ezequiel.

E naquele dia 14 de outubro de 2004, ela como que se nos aguarda, eu, o Ezequiel e a Miúcha, minha filha, para um último reencontro-despedida. As forças da natureza como que expulsando o espírito da matéria, e ela entre séria e feliz, por que com dois filhos e uma neta ao seu lado. Pouco falava, mas muito nos observava, perquirindo talvez se realmente teríamos experiência suficiente pra seguir nossos destinos, agora sem mais sua presença.

Ela terminara de almoçar, como se espírito que se despede da matéria, disso precisasse. Num átimo de segundo as circunstâncias se modificam; ela é surpreendida por estranho engasgo, seguro seu braço, seus olhos se arregalam e me falam em silêncio, não sei o que penso. Os médicos aturdidos quais formigas que perderam as asas, têm as idéias em brasa, reviram possibilidades inúteis de encontro com o inevitável. A sentença da vida se faz ouvir como ensinou Jesus, “…quem tem ouvidos que ouça”…

À minha filha,…

ao meu irmão por coincidência o caçula, explicar o quê?

O inesperado nunca é uma surpresa quando a consciência é espírita.

A emoção interdita o raciocínio mas o tirocínio não nos deixa ir ao rés do chão.

Não sei se por coincidência ou planos acertados, neste ano de 2004, papai completa cinquenta de retorno ao mundo espiritual. No dia dez do mesmo mês, seria seu aniversário terreno. Mamãe fecha os olhos da matéria às dezoito horas desse dia quatorze. Parentes, amigos e vizinhos; espíritos amigos e afins se reunem no ambiente de despedidas para as orações de rompimento e desenlace. Cada um traz na própria face seus sentimentos, dúvidas e interrogações. Seu corpo frágil abatido já pela algidez da friagem cadavérica, é bem a última expressão da sua presença no mundo das formas. Emoções brotam de falas e rostos, gostos e desgostos vem a tona, como soma das relações que cada manteve com ela.

Agora sua alma em liberdade, ainda que aturdida pela pertubação natural desse momento, vai se chamar Maria Benedita da Saudade.

Eu me guardo na concha das minhas emoções. A mediunidade se me surge qual sentinela das minhas obrigações, me mostrando, me falando, me afagando e me amparando e me mantendo simultâneamente desperto.

O que dói quando um ente querido se vai, realmente é a separação. Tudo se separa, se ausenta, se esconde de tal forma que, quem fica não tem dúvidas. Terá que se valer, se puder, de memórias, lembranças, que pela própria falta de hábito do ser humano, que teimosamente ainda acredita que a vida é uma só, vivem nas páginas do esquecimento, da falta de atenção, ás vezes até do descaso, da desimportância. A grande maioria dos que ficam, ficam sem quase nada, sempre por não saber com que ficar. Agora mamãe é um espírito desencarnado, não desperta mais em nossas manhãs.

O espírita precisa dilatar sua consciência de imortalidade, para que a saudade não seja mais um vazio, como um dia sem sol, entristecido pelo inverno de relações calcadas pelo egoísmo e vaidades, que depois descaracterizam a memória. É melhor que não seja assim, pois que essas saudades e lembranças povoam-nos os sonhos e desprendimentos, de uma forma estranha e ás vezes até ininteligível.

E como é bom e saudável a saudade sadia; a lembrança que um dia, uma cançao e uma poesia, uma preocupação, um sorriso, uma correção surgem dos seus lábios qual alfarrábio de orientação e até um aviso: meu filho, Jesus é o Caminho e a nossa real necessidade, o resto são sombras de tentações e vaidades, que podem por a perder a jornada. Fotos, comemorações e aniversários, na verdade um relicários de tentativas e omissões, misturadas as querências e obrigações, que hoje a saudade nos grita: esquece o que não fizestes e fazes o que ainda podes por aqueles com quem estás. Hoje só posso ver e sentir a mamãe pelos escaninhos da intuição e até da inspiração que me colhe de inopino, e me faz derramar as lágrimas de menino adulto, jamais como luto, muito menos como culto, mas com deveres insepultos de uma relação que eu pretendo jamais termine por imposições dimensionais. Amanhã num mês qualquer do calendário humano, sem planos ou agenda a gente vai se rever e molhar de emoção a saudade, recorrer a memória do tempo e se reconhecer enquanto espíritos afins e numa oração na qual o amor nos dá o tom, agradecer ao Criador por todos os caminhos trilhados, por todas as oportunidades, por experiências adquiridas, por todas as vidas e vielas, por templos e capelas, por todos os corpos e mortes, pelas dores e escolas enquanto molas de ascenção. Por rôtas indumentárias, razões fragmentárias, sentimentos e emoções enquanto forças necessárias aos nossos passos pelos caminhos da imortalidade.

Até um dia mamãe!

Sei que hoje ainda és minha saudade

Enquanto o papai minha afinidade

E o mano uma amizade descoberta

Pela porta da mediunidade

Que Deus nos ampare os sentimentos

Em todos os momentos que a lembrança

Não seja uma criança desavisada e teimosa

Mas uma paisagem de realizações vividas e

Muitas outras plantadas para o futuro!

Não é a vida que se finda, nem a saudade que impõe silêncio

São diferenças e dinâmicas existenciais que parecem criar um abismo

O culto católico, hoje meio espiritólico de impactar a morte

Já não define de ninguém a própria sorte

E muito menos me mete medo

Amanhã cedo é outro dia, um minuto imortal

O ponteiro mentiroso do relógio humano se mexe

E a gente nem ve o tempo passar e até duvida

Será que o tempo vira, que a velhice é verdade,

As medidas humanas transitórias e as vezes inverídicas

Não nos proíbem as claridades infindas

A vida, a despeito de convenções orgulhosamente infantis

É infinitamente eterna

Não se prende nas cavernas da omissão

E nem mesmo nas casernas da pretensão

É de Deus a oração universal!

Ademário da Silva. 28/set./2007 – S.E Facho de Luz e Caridade.